Tabaco deve matar 1 bilhão de pessoas até 2100, diz OMS

07/02/2008 - 17h22

Tabaco deve matar 1 bilhão de pessoas até 2100, diz OMS

da Folha Online

O tabaco matou 100 milhões de pessoas no mundo no século 20 e deve matar 1 bilhão de pessoas até 2100 caso o número de fumantes não caia consideravelmente, afirma a OMS (Organização Mundial da Saúde) em relatório divulgado nesta quinta-feira (7).

Segundo a organização, os novos dados apresentados oferecem um importante mapa mundial para o combate ao cigarro. De acordo com o relatório, após décadas de ataques ao tabaco, o número de fumantes está caindo em países desenvolvidos, como Estados Unidos e Canadá. Porém, em países em desenvolvimento, o levantamento aponta crescimento.

De acordo com a OMS, o novo relatório representa a primeira análise compreensiva do uso do tabaco no mundo e também mede os esforços realizados para controlar seu uso em cada país. Segundo a organização, apenas 5% da população mundial vive em países que aplicam todas as medidas de proteção indicadas para reduzir o número de fumantes. Em 40% dos países ainda é permitido fumar em hospitais e escolas.

O relatório também revela que os governos arrecadam 500 vezes mais dinheiro em taxas relacionadas ao tabaco do que gastam com medidas antifumo.

"Ainda que as atividades antifumo estejam crescendo, os países devem fazer cada vez mais", afirma em comunicado Margaret Chan, diretora da OMS.

O relatório propõe medidas agressivas contra as tentativas da indústria tabagista de se estabelecer em países que possuem medidas mais brandas para o combate ao cigarro.

Segundo estimativas da organização, o aumento do número de fumantes em países em desenvolvimento fará com que estes países respondam por 80% das 8 milhões de mortes por doenças relacionadas ao tabaco previstas para 2030.

A análise global divulgada pela OMS reuniu informações de 179 países.

No Brasil, o estudo, que utiliza dados de 2006, aponta que 16,2% da população adulta (maiores de 18 anos) é fumante. O consumo de cigarros no país se mantém estável desde 1999, ficando em torno de 100 bilhões de cigarros ao ano.