pro x contra aborto

aborto
ô/
substantivo masculino
1.     1.
med ação ou efeito de abortar; abortamento.
2.     2.
jur descontinuação dolosa da prenhez, com ou sem expulsão do feto, da qual resulta a morte do nascituro.
DEFINIÇÃO: O aborto é a morte de uma criança no ventre de sua mãe produzida durante qualquer momento da etapa que vai desde a fecundação (união do óvulo com o espermatozóide) até o momento prévio ao nascimento.
Fala-se de aborto espontâneo quando a morte é produto de alguma anomalia ou disfunção não prevista nem desejada pela mãe; e de aborto provocado (que é o que costuma ser entendido quando se fala simplesmente de aborto) quando a morte do bebê é procurada de qualquer maneira: doméstica, química ou cirúrgica.
Os defensores do aborto procuraram encobrir sua natureza criminal mediante a terminologia confusa ou evasiva, ocultando o assassinato com jargão "interrupção voluntária da gravidez" ou sob conceitos como "direito de decidir" ou "direito à saúde reprodutiva". Nenhum destes artifícios da linguagem, entretanto, podem ocultar o fato de que o aborto é um infanticídio.



















Aborto

O aborto é a interrupção de uma gravidez.

É a expulsão de um embrião ou de um feto antes do final do seu desenvolvimento e viabilidade em condições extra-uterinas.
O aborto pode ser espontâneo ou induzido. São várias as causas e os motivos que podem levar a que uma gravidez seja interrompida, quer espontaneamente, quer por indução.
O aborto pode ser induzido medicamente com o recurso a um agente farmacológico, ou realizado por técnicas cirúrgicas, como a aspiração, dilatação e curetagem.
Quando realizado precocemente por médicos experientes e com as condições necessárias, o aborto induzido apresenta elevados índices de segurança
Tipos de Aborto
      • Aborto Espontâneo
      • Aborto Induzido
      • Aborto Ilegal


Aborto Espontâneo
Surge quando a gravidez é interrompida sem que seja por vontade da mulher. Pode acontecer por vários factores biológicos, psicológicos e sociais que contribuem para que esta situação se verifique.




Aborto Induzido
O aborto induzido é um procedimento usado para interromper uma gravidez.
Pode acontecer quando existem malformações congénitas, quando a gravidez resulta de um crime contra a liberdade e autodeterminação sexual, quando a gravidez coloca em perigo a vida e a saúde física e/ou psíquica da mulher ou simplesmente por opção da mulher.
É legal quando a interrupção da gravidez é realizada de acordo com a legislação em vigor (ver legislação).
Quando feito precocemente por médicos experientes e em condições adequadas apresenta um elevadíssimo nível de segurança. 




Aborto Ilegal
O aborto ilegal é a interrupção duma gravidez quando os motivos apresentados não se encontram enquadrados na legislação em vigor ou quando é feito em locais que não estão oficialmente reconhecidos para o efeito. O aborto ilegal e inseguro constitui uma importante causa de mortalidade e de morbilidade maternas. O aborto clandestino é um problema de saúde pública.



Complicacões do aborto.
Embora o aborto, realizado adequadamente, não implique risco para a saúde até às 10 semanas, o perigo aumenta progressivamente para além desse tempo. Quanto mais cedo for realizado, menores são os riscos existentes.
Entre as complicações do aborto destacam-se as hemorragias, as infecções e evacuações incompletas, e, no caso de aborto cirúrgico, as lacerações cervicais e perfurações uterinas. Estas complicações, muito raras no aborto precoce, surgem com maior frequência no aborto mais tardio.
Se nos dias seguintes à intervenção a mulher tiver febre, com temperatura superior a 38ºC, perdas importantes de sangue, fortes dores abdominais ou mal-estar geral acentuado,deve contactar rapidamente o estabelecimento de saúde onde decorreu a intervenção.
Todos os estabelecimentos que prestam este serviço têm de estar equipados de forma a reconhecer as complicações do aborto, com pessoal treinado quer para lidar com elas, quer para referenciar adequadamente as mulheres para cuidados imediatos.
Não há evidência de que um aborto sem complicações tenha implicações na fertilidade da mulher, provoque resultados adversos em gravidezes subsequentes ou afecte a sua saúde mental. 

A recente decisão tomada STF (Supremo Tribunal Federal) de que praticar aborto nos três primeiros meses de gestação não é crime cria um precedente para que juízes deem sentenças equivalentes em outros processos sobre o aborto e reacendeu nas mídias sociais o debate ao redor do tema. Por isso, elencamos aqui quatro motivos para lutarmos a favor da legalização do aborto.
A mulher precisa ter direito ao seu corpo
A legislação brasileira atualmente autoriza o aborto nos casos de estupro, quando a mãe corre risco de vida e em casos de bebês anencéfalos. Nos últimos anos, observamos a tramitação de projetos de lei cujo objetivo é diminuir as pequenas concessões aos direitos das mulheres, como o estatuto do nascituro e a PL5069 de autoria do deputado Eduardo Cunha.
A decisão de prosseguir, ou não, com uma gestação, não pode ser do estado. As mulheres precisam ter direito e autonomia sobre os seus corpos e se querem ou não prosseguir com uma gravidez.
Mulheres ricas abortam, as mulheres pobres morrem
A ilegalidade da prática de aborto no Brasil não significa que as mulheres deixem de realizá-lo. Estima-se que cerca de 8,7 milhões de brasileiras entre 18 e 49 anos realizaram o procedimento no Brasil (Fonte: IBGE 2015).
As mulheres ricas quando decidem interromper a gravidez podem arcar com os preços altíssimos cobrados por clínicas clandestinas, contudo as mulheres pobres utilizam-se de métodos caseiros perigosos ou de clínicas de péssima qualidade, acabam em hospitais públicos com hemorragias graves e em alguns casos chegam ao óbito.
Legalizar o aborto evita mortes e traria economia para o SUS
O aborto clandestino no Brasil é a quinta causa de morte materna. Ao todo, 181 mil mulheres foram atendidas no SUS em 2015 por terem complicações causadas por abortos clandestinos (Fonte: Ministério da Saúde).
Legalizar o aborto evitaria a morte e sequelas de mulheres que realizam aborto em péssimas condições, além de trazer economia aos cofres públicos, pois os recursos gastos para tratar as mulheres que realizam procedimentos clandestinos são muito superiores do que os gastos para realizar um procedimento seguro.
Países onde o aborto foi legalizado diminuíram os números de abortos e de morte materna
Um estudo realizado pela OMS (organização mundial de saúde) mostra que nos países onde o aborto foi legalizado houve uma queda substancial no número de abortos realizados e alguns chegaram a zerar o número de mortes maternas, como por exemplo no Uruguai, onde eram realizados 33 mil abortos por ano e, após a legalização, o número de procedimentos passou a quatro mil, enquanto nos países onde a prática é criminalizada o procedimento não conseguiu ser freado. O estudo global chega à conclusão que a criminalização do aborto não é a solução para a diminuição da prática, mas sim políticas públicas de planejamento familiar, acesso à saúde e informação.
Por isso, defendemos educação sexual para prevenir, contraceptivos para não engravidar e aborto legal, seguro e gratuito para não morrer.
O aborto não deixará de existir por que existe uma lei que o julga como crime, assim como menores continuarão bebendo e dirigindo. Se fosse legalizado, ao menos só o feto morreria e não a mãe. Ou a mulher merece morrer por que abortou seu filho? Também não condiz com os direitos humanos. Acho que é uma iniciativa para reduzir mortes, a legalização virá para, como o nome diz, legalizar, ninguém é obrigado a exerce-lo.
a nossa Cf/88 bem com todos os princípios do direitos humanos dizem que a vida surge na concepção!! E se for querer discutir fisiologia, primeiro pegue um livro e vá ler um pouco...
Não adianta você falar de suas idéias, primeiro esteja baseada em conhecimento científico.



DEPOIMENTOS DO PUBLICOS

Zapataria DF  
Você pode ser contra o aborto sem ser contra a legalização do aborto!! Se te disseram que legalizar o aborto vai fazer todas as mulheres “saírem abortando” bebês de até 9 meses todos os dias em hospitais públicos e fazendo com que o números de abortos aumente drasticamente gerando um caos social, você foi enganad@ porque:
1) Os números já são drásticos: aproximadamente mil mulheres morrem por ano ao realizarem abortos na clandestinidade. Fora essas, estima-se que 2 milhões de abortos clandestinos são realizados por ano. Essa soma é apenas aproximada porque é ilegal. Se o aborto fosse legalizado, o governo teria oficialmente o número de abortamentos, poderia controlá- los e saberia onde tem mais ou menos abortos para tentar diminuir este número. Se o aborto é crime não se tem controle, o número de abortos não diminui, mais mulheres morrem, mais pessoas são presas e o governo não pode fazer nada para mudar isso.
2) Em todos os países ocidentais em que o aborto foi legalizado há anos, observa-se cada vez mais uma diminuição do número de abortos. Quando se legaliza, fala-se mais sobre o assunto aumentando a informação para poder evitar.
3) Em quase nenhum país ocidental em que o aborto é legalizado, ele pode ser feito após 3 meses de gestação. Portanto, essas fotos que mostram abortamentos de bebês grandes e formados são enganadoras. Não será permitido aborto após 3 meses de gestação!
4) As clínicas clandestinas lucram muito no comércio ilegal de abortamentos, que é sustentado por pessoas ricas que fazem o aborto num dia e saem no outro sem problemas e ainda dizendo publicamente que são a favor da vida. O problema fica com as mais pobres, na maioria negras. Criminalização aumenta a hipocrisia e os bolsos de muita gente.
5) Se o aborto for legalizado nenhuma mulher será obrigada a abortar. Quem é contra poderá manter sua opinião.
6) Legalizar o aborto não é incentivar o aborto. Junto com a legalização, o Estado vai reforçar campanhas de educação sexual, direitos sexuais e reprodutivos, aumentar o acesso de mulheres e homens para os métodos contraceptivos, como também aos métodos de uma gravidez saudável. Abortar não é algo prazeroso, mas se alguma mulher precisar fazer, que ela não seja presa e tenha assistência para isso.
7) Se você pensa que a legalização do aborto vai encher os hospitais de milhares de mulheres querendo abortar, não sobrando espaço para as que querem dar à luz, isso é mentira. Os hospitais já estão cheios e gastando com mulheres que abortaram na clandestinidade e quase morreram por causa disso. Isso sai muito mais caro para os hospitais.
Descrição: 8) Se você pensa que com a legalização do aborto, você mata 1 vida, com a criminalização do aborto você mata mais vidas: a do feto e a de milhares de mães que morrem tentando o processo de abortamento.
9) A legalização não defende que abortar é bom. Se você pensa que abortar é ruim, abortar na clandestinidade, ser presa ou até morrer é muito pior.
10) Ser contra o aborto é decidir por você. Ser contra a legalização do aborto é decidir por todas. Ser contra o aborto é não achar certo fazer um aborto. Ser contra a legalização do aborto é ser a favor da morte de milhares de mulheres.
Nenhuma mulher faz aborto porque gosta. Um aborto acontece porque, naquele momento da vida, é a única saída frente a uma gravidez indesejada. Todo mundo conhece uma pessoa que já precisou fazer aborto, seja parente, colega de trabalho, vizinha ou amiga. O aborto é uma realidade na vida das mulheres. No Brasil, o aborto é considerado crime (de acordo com nosso Código Penal, de 1940), exceto quando a gravidez é resultado de estupro, causa risco de vida à mulher ou quando o feto tem má-formação que não o deixa sobreviver depois que nasce (anencefalia). Por isto, muitos abortos são feitos e forma clandestina.
As mulheres que têm dinheiro tomam a decisão e fazem de forma tranquila, segura e sem risco a sua saúde. As mulheres pobres e negras, do campo e das periferias das cidades, fazem o aborto com métodos mais perigosos, o que pode afetar sua saúde e levá-las à morte. Muitas morrem à espera de atendimento de urgência nas longas filas dos serviços de saúde, onde são tratadas como criminosas. O Estado é negligente em ações efetivas que combatam essas mortes, que poderiam ser evitadas. A clandestinidade do aborto alimenta o mercado das clínicas que realizam de forma segura o procedimento mediante o pagamento de valores altos.
Propostas de regulamentação do aborto no Congresso
Há uma proposta no Senado Federal conhecida como SUG 15/2014 (Sugestão legislativa) que consiste em regulamentar o atendimento no SUS da interrupção voluntária da gravidez, dentro das 12 primeiras semanas de gestação. Isto é, as mulheres terem o direito a fazer aborto neste período da gravidez, se assim decidirem ou necessitarem.
Neste 28 de Maio, esta proposta está sendo debatida no Congresso Nacional, mas há muitos/as deputados/as e senadores/as conservadores/as lutando para que as mulheres não acessem esse direito. Acreditam que as mulheres são seres inferiores e irresponsáveis e que são incapazes de tomar decisões.
As mulheres, sim, têm o direito de decidir sobre seu corpo e sua via. Por isto é importante quebrar o silêncio sobre o tema do aborto, discutir nas ruas, nas universidades, no trabalho e se organizar em grupos de mulheres para defender nossos direitos. Este Congresso machista não nos representa!
As mulheres têm o direito de decidir se querem ou não ser mães. A maternidade não deve ser uma obrigação nem um castigo. Portanto, a legalização o aborto contribui para que as mulheres tenham autonomia para tomar uma decisão cujo significado elas conhecem mais do que ninguém.
É importante saber:
1) A legalização aumenta o número de abortos? Não.
Nos países em que a legalização veio acompanhada de educação sexual e acesso aos serviços de saúde e aos métodos anticoncepcionais, o número e abortos diminuiu.
2) O aborto é considerado crime em todo o mundo? Não.
Em mais de um terço dos países do mundo, especialmente nos chamados países desenvolvidos, o aborto é legalizado Na América Latina, o aborto é permitido no Uruguai, Cuba, na cidade do México e na Guiana Francesa.
3) É verdade que a maioria das mulheres que fazem aborto são jovens e solteiras?
Na realidade, mulheres de todas as idades, casas e solteiras, fazem aborto. Pesquisa realizada pela UnB (2007) demonstrou que a maioria das que abortam são casadas, mães, trabalham fora, têm, em média, de 20 a 29 anos, são católicas, com alguma escolaridade e decidem pelo aborto com o parceiro.
4) Com a legalização todas as mulheres vão fazer aborto? Não.
Fazer aborto pode ser uma decisão difícil para muitas mulheres, sem contar que, mesmo realizado de forma segura, o aborto é um procedimento médico que envolve consulta ginecológica, entrevistas com psicólogos/as, assistentes sociais. Além disso, o direito ao aborto não obriga ninguém a fazê-lo, cada uma decide a partir de seus valores e sua consciência. As que decidem pelo aborto devem ser respeitadas em sua decisão, sem correr risco de saúde, morte ou prisão.
5) É verdade que, se todas as mulheres tivessem acesso a métodos contraceptivos, não precisariam da legalização do aborto?
Na realidade, a gravidez indesejada sempre existirá, porque os contraceptivos falham, seja pelo uso inadequado ou por falha do próprio método, seja porque, muitas vezes, as mulheres são obrigadas a ter relações sexuais com maridos ou namorados. Muitas vezes, os parceiros se negam a usar preservativos. Algumas religiões defendem o não uso de anticoncepcionais e preservativos, o que coloca as mulheres em risco de engravidar e de pegar doenças sexualmente transmissíveis, e esta é uma orientação que pode ser acatada, ou não, por quem professora fé e segue esses preceitos. Não deve ser imposto a todas as mulheres brasileiras, sobretudo às que não sguem religião, respeitando assim o princípio da laicidade do Estado brasileiro, que separa as decisões políticas da influências dos dogmas religiosos. E o serviço de saúde tem o dever de atender igualmente todas as mulheres com respeito, dignidade e justiça. Nenhum/a funcionário/a da rede pública de saúde tem o direito de impor seus valores e preceitos morais e religiosos durante o atendimento prestado no serviço.
6) Os grupos de mulheres que lutam pela legalização do aborto respeitam a vida? Sim!
– As mulheres são seres humanos com direito a tomar decisões sobre sua vida com autonomia;
– A criminalização não evita o aborto no Brasil. Aqui, são realizados cerca de 700 mil a um milhão de abortos por ano. Muitas mulheres vão parar no hospital com complicações para a saúde. Segundo o Ministério da Saúde, a prática do aborto inseguro é a quarta causa da morte materna;
– O movimento de mulheres entende que é inaceitável a morte de mulheres por aborto. O Estado tem que proporcionar todas as condições para que a mulher que decide pelo aborto possa fazê-lo no serviço público com segurança;
– Queremos o aborto legalizado no Brasil;
– Queremos o fim da criminalização e dos maus-tratos a mulheres em situação de abortamento nos hospitais;
– Exigimos que todos os hospitais no Brasil tenham equipes capacitadas para atender de forma humanizada as mulheres em situação de abortamento.”

erca de 56 milhões de abortos são realizados por ano no mundo. Esse número representa uma média de 153 mil procedimentos por dia. O médico e escritor Dráuzio Varella já afirmou que “a questão do aborto está mal posta” no Brasil, uma vez que colocar fim a uma gravidez "não costuma ser a primeira opção da mulher. Entretanto, para esses milhões de mulheres que se submetem à realização de abortos clandestinos anualmente, poucas são as alternativas visíveis", analisa. 

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 21,6 milhões destes procedimentos realizados anualmente são abortos inseguros, resultando na morte de cerca de 47 mil mulheres a cada ano. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), leis mais restritivas contribuem para aumentar a mortalidade por abortos inseguros. 

Saiba como sete países regulamentam o aborto:

Brasil: Segundo o artigo 128 do Código Penal brasileiro, de 1940, o aborto é permitido em caso de gestação decorrente de estupro e em caso de risco para a vida da gestante. Em decisão posterior do Supremo Tribunal Federal, em 2012, o aborto passou a ser permitido também nos casos de anencefalia fetal. Em todos os outros casos, o aborto é crime e pode levar à prisão tanto a gestante quanto a equipe médica que a auxilia. A estimativa é que sejam realizados 
um milhão de abortos clandestinos a cada ano no Brasil e que, a cada dois dias, uma brasileira morra por aborto inseguro.
EUA: Regulamentado em âmbito federal desde 1973 sob a diretriz da decisão da Suprema Corte Roe v. Wade, o aborto é legalizado em todo o território norte-americano. Na maioria dos Estados, não há limite na idade gestacional para a realização do procedimento. Entretanto, em Estados com governos conservadores e com os Republicanos em maioria no Legislativo, uma série de leis e medidas têm sido estabelecidas para restringir o acesso das mulheres ao aborto.
Uruguai: O aborto é permitido em qualquer circunstância até a 12ª semana de gestação no Uruguai. Em casos de estupro, são permitidos até a 14ª semana. Quando há risco para a gestante ou má formação do feto, podem ser feitos em qualquer período da gestação. A lei está em vigor desde 2012. Após um ano de vigência, 6.676 abortos seguros foram realizados e nenhuma morte foi registrada. 
Espanha: No fim de 2013, o governo de Mariano Rajoy tentou reformar a lei que regula o aborto na Espanha, passando da legalidade irrestrita para a permissão somente para casos de gestação decorrente de estupro e perigo grave à saúde física e psíquica da gestante. Uma série de protestos pelo país e a oposição de mais de 70% da população à medida levou Rajoy a desistir da mudança e à renúncia de Alberto Ruiz-Gallardón, principal promotor da reforma, como ministro da Justiça, em setembro de 2014. O aborto na Espanha, portanto, segue sendo legal e irrestrito até a 14ª semana de gestação. Argentina: A legislação argentina criminaliza o aborto, permitindo-o somente em caso de risco à vida e à saúde da gestante e em caso de gestação decorrente de estupro. Segundo dados de 2015 do Ministério da Saúde argentino, cerca de 500 mil abortos clandestinos são realizados no país a cada ano, e o procedimento inseguro é a principal causa de morte materna na Argentina.
Cuba: O aborto é permitido em Cuba, em qualquer situação, desde 1968, e pode ser realizado gratuitamente sob a solicitação da gestante no serviço de saúde público cubano.
França: O aborto é permitido por lei na França desde 1975 até a 14ª semana de gestação. A legislação do país também exige o aconselhamento da mulher durante o processo. Em janeiro de 2014, uma emenda à lei alterou o texto que previa a permissão ao aborto para a mulher que estivesse em “situação de desamparo”, passando a permitir explicitamente o aborto no caso em que “a mulher não queira dar seguimento à gravidez”. 

Aborto legal x aborto ilegal: a realidade pelo mundo afora

Estatísticas apontam que são realizados cerca de 46 milhões de abortos anualmente em todo o mundo, aproximadamente 160 mil por dia. Entre esses, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 19 milhões são feitos de maneira clandestina e insegura, resultando na morte de 70 mil mulheres por ano e mais 5 milhões que enfrentam sequelas do procedimento mal realizado. As leis restritivas são a causa fundamental dessas mortes
Descrição: Aborto legal x aborto ilegal: a realidade pelo mundo afora



Belo Horizonte
sábado 14 de novembro de 2015| Edição do dia
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Descrição: http://www.esquerdadiario.com.br/local/cache-vignettes/L414xH599/arton3154-25dde.jpg?1493458607
Desde a Grécia antiga, filósofos como Platão já defendiam o aborto como um direito materno. Porém, o primeiro país a legalizar o direito ao aborto no mundo foi a União Soviética, que tornou o aborto legal no país em 1920 e, segundo a lei soviética, a prática era gratuita e sem restrição para a mulher que estivesse no primeiro trimestre da gravidez. Tal política já era defendida por Lênin desde 1913. Após isso, no decorrer da década de ’30, o aborto foi legalizado no México, Polônia, Islândia, Dinamarca e Suécia, sendo nos dois primeiros com restrições (em caso de gravidez decorrente de estupro e de risco de vida para a mãe).
Ao longo do século XX, a legislação pelo mundo foi tendo alguns avanços, sendo que os países que atualmente possuem o aborto legal e irrestrito se concentram na América do Norte, Europa e Ásia.
Descrição: http://www.esquerdadiario.com.br/local/cache-vignettes/L609xH493/aborto_mundo-3-bd84e.jpg?1493458607
Imagem: Informe da ONU sobre o aborto no mundo (2011)
A necessidade de barrar o PL5069, que tenta retirar a legalidade do aborto no Brasil nos poucos casos em que este é garantido, se mostra ainda mais urgente quando vemos que apenas quatro países dessa região permitem o aborto até a 12ª semana de gestação, sem necessidade de justificativas: Cuba, Porto Rico, Guiana e Uruguai. No resto da América Latina, a legislação varia entre totalmente proibido, como na Nicarágua, El Salvador e Chile, e ilegal com exceções no resto dos países, sendo que as restrições variam de país a país. No Brasil, o aborto é permitido em três situações: risco de vida da mãe, gravidez decorrente de estupro, e se o feto for anencéfalo.
Descrição: http://www.esquerdadiario.com.br/local/cache-vignettes/L653xH628/aborto_am_latina-2-94869.jpg?1493458607
Imagem: Folhapress
Vários estudos comprovam que nos países em que o aborto foi legalizado, não apenas houve uma vertiginosa queda no número de mortes maternas, como a prática do aborto também sofreu uma redução. Isso se dá pois, na maioria das situações, a legalização do aborto vem acompanhada de políticas públicas de prevenção à gravidez indesejada, assistência social e educação sexual.
Na França, por exemplo, onde a conquista da legalização do aborto comemorou 40 anos no início de 2015, o resultado é surpreendente: são cerca de 220 mil interrupções da gravidez por ano, mas as estatísticas levam ao incrível número de menos de uma morte em consequência da prática do aborto por ano. No nosso país vizinho Uruguai, onde recentemente o então presidente Mujica legalizou o aborto, em 2012, o primeiro ano após a legalização também trouxe importantes resultados: nenhuma morte nos quase 7 mil abortos legais realizados e aproximadamente 50 casos de complicações leves decorrentes da prática do aborto.
As estatísticas, mais uma vez, contam ao nosso favor. Países que legalizam o aborto reduzem a taxa de morte materna. Mais que isso, países que legalizam o aborto reduzem a taxa de realização de abortos. E frente a essa realidade, reforçamos: para dar um verdadeiro basta às milhares de mortes de mulheres pelo mundo afora, é fundamental lutar por esse direito tão elementar e democrático, que em nosso país é utilizado como moeda de trocas e favores entre políticos e as bancadas religiosas no parlamento.
Barrar o PL5069! Pela legalização do aborto, sendo garantido de maneira segura e gratuita pelos serviços públicos de saúde de cada país. Pelo direito à educação sexual nas escolas, para que as e os jovens possam decidir sobre suas sexualidades de maneira segura e não haja mais gravidezes por falta de informação; acesso a contraceptivos gratuitos e de qualidade para que nenhuma jovem engravide por falta de acesso aos métodos contraceptivos; assistência social e psicológica às mulheres para que possam decidir o que fazer frente à gravidez indesejada. E também, pelo fundamental e democrático direito à maternidade, com acompanhamento, pré-natal, parto gratuitos e de qualidade, garantidos pelo Estado; licença-maternidade de um ano e creches gratuitas em todos locais de estudo e trabalho.